A paisagem de Sintra transforma-se à medida que nos aproximamos da Granja do Marquês, junto a Pêro Pinheiro. A montanha dá lugar a uma vasta planície, local ideal para a implantação da Base Aérea nº1 (BA1), estrutura ladeada pela Academia da Força Aérea e pelo Museu do Ar.
A tradição do voo existe em Sintra desde 1914, data em que foi fundada a BA1. A formação de pilotos militares, na vertente de voo, é realizada durante bastantes anos através da utilização das aeronaves Chipmunk da Academia da Força Aérea (AFA) e dos Epsilon TB 30 da Esquadra 101.
O Museu do Ar nasce em Sintra em 2009, sendo um espaço muito interessante que agrupa por áreas temáticas a evolução da aviação em Portugal. Situado junto à porta de armas da BA1, o seu espólio inclui não só originais restaurados da aeronáutica militar portuguesa, como também um acervo importante da aviação civil.
A construção do hangar principal data de finais dos anos quarenta do século XX onde se expõe um vasto número de peças relacionadas com a história da aviação nacional, militar e civil. Numa área de 3000 m2 estão expostas, por ordem cronológica, 42 aeronaves e fotografias que documentam os primeiros 100 anos da aviação em Portugal.
A sala reservada aos Transportes Aéreos Portugueses, TAP apresenta ao visitante a história da companhia, desde a sua fundação em 1945 até ao presente. Peças como o primeiro simulador de voo para a formação de pilotos bem como uniformes e louça de bordo, são criteriosamente apresentadas aos visitantes.
O espaço alocado à empresa Aeroportos e Navegação Aérea, ANA inclui, entre outros, a maqueta original do Aeroporto de Lisboa, inaugurado em 1942, bem como os equipamentos e o mobiliário originais que equiparam a primeira Torre de Controlo de Tráfego Aéreo.
A origem dos três hangares históricos remonta a 1920, data em que a Escola de Aeronáutica Militar foi transferida de Vila Nova da Rainha para a Granja do Marquês.
No primeiro hangar encontra-se o auditório multimédia bem como meios aéreos civis com destaque para o Piper PA-18/L-21 Super Cub e o de Havilland DH.87 Hornet Moth.
O segundo hangar é dedicado à Guerra Colonial Portuguesa onde estão expostos os meios aéreos usados nos três teatros do conflito.
No terceiro hangar expõem-se dois aviões significativos na formação de pilotos em aviões a reação e o recém chegado Falcon 20 utilizado no transporte VIP e na calibração de ajudas rádio.
A Sala dos Pioneiros leva-nos ao início da Aviação em Portugal. Estão representadas, em mapa, as principais viagens aéreas dos portugueses pelo mundo. Mostram-se documentos pessoais, troféus e instrumentos de navegação usados na época.
Os voos efetuados por Sacadura Cabral, Gago Coutinho, Sarmento de Beires, Brito Pais, Humberto da Cruz e Carlos Bleck têm um destaque especial.